Em 1968, o mundo se aproximava do ápice da corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética. O país norte-americano chegaria a Lua no ano seguinte, com os astronautas Neil Armstrong, Michael Collins e Buzz Aldrin dando os primeiros passos da humanidade fora do planeta Terra.
Nas telas do cinema, o já espetacular Stanley Kubrick previa qual seria nosso cenário 33 anos depois. Nasce assim, 2001 - Uma Odisseia no Espaço.
O filme é fruto de uma parceria do diretor com o escritor Arthur C. Clarke. A ideia não nasceu da adaptação de um livro já existente, como é comum, mas sim exigiu a criação de um romance exclusivamente para servir como base para a obra cinematográfica.
Contando com uma tecnologia inovadora de captação de imagens na época, o filme foi exibido em poucos cinemas em sua estreia. Tratava-se de uma estratégia para aguçar a curiosidade dos espectadores. No entanto, o resultado foi bem dividido na crítica. Por ter um formato completamente diferente, contando com dezenas de minutos de silêncio absoluto em seu início - onde era retratada a era pré-histórica, e belas, porém "inquietantes" sequências no espaço, recebeu críticas negativas. Para alguns, poderia ser um marco para cinéfilos, mas dificilmente alcançaria a glória e popularidade que os produtores desejavam.
Conforme visto nos extras disponíveis na Platinum Edition lançada na ocasião dos 40 anos de lançamento, a MGM ordenou a retirada do filme das salas de exibição, mas os proprietários começaram a ligar para a empresa pedindo para manter, pois um fenômeno começara a ocorrer. Pequenos grupos de cinco ou seis pessoas entravam na sala e assistiam ao filme na primeira fila. O motivo? Descobriram que poderiam potencializar o efeito das drogas alucinógenas com os efeitos especiais. Vale lembrar que além da corrida espacial, o mundo se aproximava de Woodstock.
2001 ganhou maior espaço no coração das pessoas e seus ícones passaram a ser cult. É o caso do monolito, a peça que aparece misteriosamente na pré história e liberta o conhecimento para a evolução da humanidade. Milhares de anos depois, ela reaparece na Lua, despertando a curiosidade.
Outro personagem intrigante - e apaixonante - é Hal-9000. O computador que controlava a nave Discovery e interagia via voz com a tripulação. Hoje Hal habita a residência de muitos de nós sob a forma de Alexa, Google Assistente ou Cortana. As três letras eram uma alusão a "Heuristically programmed ALgorithmic", em português Computador Algorítmico Heuristicamente Programado e em linguagem de humanos normais, um computador que consiga dar respostas claras para perguntas difíceis. Complexo, né? Mas esta é a definição de Arthur C. Clarke. No entanto, convencionou-se a acreditar que o nome é uma referência a IBM, pois todas as três letras estão imediatamente anterior no alfabeto à sigla da gigante da computação.
O final do filme é bem polêmico. Cada um entende de uma maneira e muitos não entendem nada. O próprio Kubrick deixou em aberto esta possibilidade e aí está a beleza deste clássico. Até hoje 2001 inspira os novos cineastas a descobrirem o desconhecido.
Algumas inovações se concretizaram, como o videofone (que na época já era apresentado em algumas feiras de eletronica) e outras não saíram do papel ainda, como as pessoas andando normalmente na Estação Espacial Internacional. O filme estudou e criou na tela a noção de que naves circulares promoveriam a gravidade necessária, mas a Nasa nunca se interessou em repetir o experimento e até hoje os astronautas precisam ter muito malabarismo para manter o mínimo de equilíbrio.
E você? O que acha de 2001? Comente!
Até a próxima!
2001 - Uma Odisséia no Espaço
Elenco: Keir Dullea, Gary Lockwood, William Sylvester, Douglas Rain
Direção: Stanley Kubrick
Roteiro: Stanley Kubrick, Arthur C. Clarke
Estúdio: MGM
Gênero: Ficção Científica
Duração: 142
Ano de Produção: 1968